domingo, 14 de setembro de 2008

14 SETEMBRO 2008

XXIV Domingo do Tempo comum

                                     (mosteiro da Batalha)

Evangelho segundo S. João 3,13-17.

Pois ninguém subiu ao Céu a não ser aquele que desceu do Céu, o Filho do Homem. Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna. Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna. De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.
 




O sinal do Filho do Homem é a cruz.

Por ela fomos remidos,libertados,amados até à paixão ,atraídos de Norte a Sul,de Oriente a Ocidente para formarmos um só povo ,sem muros de inimizades e incompreensões.

Com o Apóstolo Paulo dizemos:Na cruz de Cristo é que  somos  glorificados.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

13º Domingo-“E vós, quem dizeis que Eu sou?”

“E vós, quem dizeis que Eu sou?”
É uma pergunta que deve, de forma constante, ecoar nos nossos ouvidos e no nosso coração. Responder a esta questão não significa papaguear lições de catequese ou tratados de teologia, mas sim interrogar o nosso coração e tentar perceber qual é o lugar que Cristo ocupa na nossa existência…
Responder a esta questão obriga-nos a pensar no significado que Cristo tem na nossa vida, na atenção que damos às suas propostas, na importância que os seus valores assumem nas nossas opções, no esforço que fazemos ou que não fazemos para O seguir…
Quem é Cristo para mim?
É sobre a fé dos discípulos (isto é, sobre a sua adesão ao Cristo libertador e salvador, que veio do Pai ao encontro dos homens com uma proposta de vida eterna e verdadeira) que se constrói a Igreja de Jesus.
O que é a Igreja? O nosso texto responde de forma clara: é a comunidade dos discípulos que reconhecem Jesus como “o Messias, o Filho de Deus”.
Que lugar ocupa Jesus na nossa experiência de caminhada em Igreja?
Porque é que estamos na Igreja: é por causa de Jesus Cristo, ou é por outras causas (tradição, inércia, promoção pessoal…)?
• A Igreja de Jesus não existe, no entanto, para ficar a olhar para o céu, numa contemplação estéril e inconsequente do “Messias, Filho de Deus”; mas existe para o testemunhar e para levar a cada homem e a cada mulher a proposta de salvação que Cristo veio oferecer.
Temos consciência desta dimensão “profética” e missionária da Igreja? Os homens e as mulheres com quem contactamos no dia a dia – em casa, no emprego, na escola, na rua, no prédio, nos acontecimentos sociais – recebem de nós este anúncio e este convite a integrar a comunidade da salvação?
• A comunidade dos discípulos é uma comunidade organizada e estruturada, onde existem pessoas que presidem e que desempenham o serviço da autoridade.
Essa autoridade não é, no entanto, absoluta; mas é uma autoridade que deve, constantemente, ser amor e serviço. Sobretudo, é uma autoridade que deve procurar discernir, em cada momento, as propostas de Cristo e a interpelação que Ele lança aos discípulos e a todos os homens.
Fonte:(Ecclesia)
Tantas perguntas para uma só resposta.....

quarta-feira, 21 de maio de 2008

SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO


QUINTA-FEIRA da semana VII

Não se trata de um Domingo mas é de certeza um dia que qualquer cristão deve viver de forma consciente...

SOLENIDADE
Branco – Ofício da solenidade. Te Deum.
 Missa própria, Glória, sequência facultativa, Credo,
pf. da Eucaristia.

L 1 Deut 8, 2-3. 14b-16a; Sal 147, 12-13. 14-15. 19-20
L 2 1 Cor 10, 16-17
Ev Jo 6, 51-58
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Em Portugal – Dia santificado e feriado nacional.
* Na Congregação das Irmãs «Filhas da Igreja» – Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, Titular da Congregação – SOLENIDADE
* No Instituto das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado – Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, Titular do Instituto
SOLENIDADE
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofício e Missa da féria.
* Nas Dioceses da Guiné-Bissau – Ofício e Missa da féria.

Evangelho segundo S. João 6,51-58.

Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, pela vida do mundo.»
Então, os judeus, exaltados, puseram-se a discutir entre si, dizendo: «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?!»
Disse-lhes Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.
Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia,
porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida.
Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele.
Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come viverá por mim.
Este é o pão que desceu do Céu; não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come mesmo deste pão viverá eternamente.» `

Nesta quinta feira somos convidados a reflectir na Eucaristia como dom oferecido por Deus onde a graça vivificante de Jesus Cristo se faz presente na Hóstia Consagrada, deixo-vos aqui um excerto de João Paulo II, retirado do site do Evangelho Quotidiano

Comentário:

João Paulo II
Encíclica Ecclesia de Eucharistia, 15

"A minha carne é verdadeiro alimento e o meu sangue bebida verdadeira"
A reprodução sacramental na Santa Missa do sacrifício de Cristo coroado pela sua ressurreição implica uma presença muito especial, que – para usar palavras de Paulo VI – «chama-se «real», não a título exclusivo como se as outras presenças não fossem «reais», mas por excelência, porque é substancial, e porque por ela se torna presente Cristo completo, Deus e homem». Reafirma-se assim a doutrina sempre válida do Concílio de Trento: «Pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue; a esta mudança, a Igreja católica chama, de modo conveniente e apropriado, transubstanciação». Verdadeiramente a Eucaristia é "mysterium fidei", mistério que supera os nossos pensamentos e só pode ser aceite pela fé, como lembram frequentemente as catequeses patrísticas sobre este sacramento divino. «Não hás-de ver – exorta S. Cirilo de Jerusalém – o pão e o vinho [consagrados] simplesmente como elementos naturais, porque o Senhor disse expressamente que são o seu corpo e o seu sangue: a fé t'o assegura, ainda que os sentidos possam sugerir-te outra coisa».

"Adoro te devote, latens Deitas": continuaremos a cantar com S. Tomás, o Doutor Angélico. Diante deste mistério de amor, a razão humana experimenta toda a sua limitação. Compreende-se como, ao longo dos séculos, esta verdade tenha estimulado a teologia a árduos esforços de compreensão.

São esforços louváveis, tanto mais úteis e incisivos se capazes de conjugarem o exercício crítico do pensamento com a «vida de fé» da Igreja, individuada especialmente «no carisma da verdade» do Magistério e na «íntima inteligência que experimentam das coisas espirituais» sobretudo os Santos. Permanece o limite apontado por Paulo VI: «Toda a explicação teológica que queira penetrar de algum modo neste mistério, para estar de acordo com a fé católica deve assegurar que na sua realidade objectiva, independentemente do nosso entendimento, o pão e o vinho deixaram de existir depois da consagração, de modo que a partir desse momento são o corpo e o sangue adoráveis do Senhor Jesus que estão realmente presentes diante de nós sob as espécies sacramentais do pão e do vinho».

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Pequena biografia de Isabel da Trindade

Isabel da Trindade, viveu vinte e seis anos apenas, mas bastou para se desenvolver plenamente. A Igreja beatificou esta Carmelita Descalça a 25 de Novembro de 1984. João Paulo II disse na homilia: «Ousamos apresentá-la hoje ao mundo. Com a Bem-aventurada Isabel, uma nova luz brilha para nós (...) ela apresenta-se para nós como um novo guia verdadeiro e seguro!»

O magistério da vida interior de Isabel da Trindade, reflectido na sua doutrina e na sua experiência pessoal, não é simplesmente história, um tempo passado, é também actualidade permanente na Igreja e no mundo. Ela mesma intuiu e formulou antes de morrer, a missão que ia realizar desde a Eternidade.

A sua missão espiritual é universal. Estende-se a todos os cristãos, para que vivam responsavelmente as realidades sobrenaturais que receberam pela graça do Baptismo. O seu magistério é actualidade permanente, porque se fundamenta na verdade eterna do Evangelho. É também um repto ao Homem, a quem interpela fortemente, a partir da sua experiência de mulher cristã.

LINHAS FUNDAMENTAIS:

Isabel da Trindade descobriu um caminho novo de espiritualidade na Igreja: Ser «Louvor de Glória»

A doutrina Bíblica especialmente a de S. Paulo e a de S. João Evangelista, além da teresiano-sanjoanista, constituem o pano de fundo desse novo caminho de espiritualidade.

Ela não pretende oferecer-nos uma doutrina teologicamente elaborada. Não é teóloga, mas sim Profeta de Deus, que anuncia com a sua vida de comunhão interpessoal com a Trindade, uma mensagem de amor aos homens e mulheres do nosso tempo. Fá-lo com uma entoação tão pessoal, com uma vibração vital tão íntima, que a sua doutrina se transforma em autobiografia interior. Revela a sua alma através dos seus escritos, e estes escritos são o testemunho da sua vida.


1 - Espiritualidade em linha baptismal
Presença sobrenatural de Deus na alma e inabitação Trinitária.
Filiação divina adoptiva.
Incorporação a Cristo.

Julien Green, um enamorado da nossa Beata, dirige-se emocionado a ela com estas palavras: «Espero que na sua glória se lembre de nós, pobres leigos que a invocamos».
Isabel preocupou-se com os leigos e com a sua espiritualidade, antes de ter partido para a eternidade.
A grande intuição de Isabel está em ter descoberto e vivido a realidade cristã do sacramento do Baptismo. A sua espiritualidade é o pleno desenvolvimento dessas realidades sobrenaturais, que permaneciam potencialmente nela, depois de receber esse sacramento. Este desenvolvimento supõe não só uma consagração baptismal, mas também um "processo de consagração" baptismal que Isabel leva á plenitude durante a sua vida, para ser "LOUVOR DE GLÓRIA".

Nela, evidentemente, esta consagração baptismal é reforçada pela Consagração religiosa, que não é outra coisa que a vivência radical das realidades sobrenaturais do Baptismo, mas, ainda assim, podemos afirmar que a espiritualidade de Isabel da Trindade é o passo da unção baptismal à união mística com a Trindade. Esta espiritualidade está na base da vida cristã e está ao alcance de todos.

Ser "Louvor de Glória" é um modo de viver o cristianismo, porque é o dinamismo baptismal levado até às últimas consequências.

A espiritualidade de "Louvor de Glória" em linha baptismal, tem uns conteúdos doutrinais que são comuns a todos os baptizados. Assim temos:


Presença sobrenatural de Deus na alma e inabitação Trinitária: Essas realidades polarizantes de um Louvor de Glória possibilitam, em Isabel, uma espiritualidade de interiorização, que exige uma vida de contemplação. Pois bem, esse chamamento à contemplação não é exclusivo dos religiosos, é uma vocação universal do cristão, porque é uma exigência da graça baptismal.

A jovem Carmelita de Dijon expressa-o claramente com as seguintes palavras: «Uma só coisa é necessária:"Maria escolheu a melhor parte" (Lc. 10,42). Esta "melhor parte", que parece ser um privilégio que se me oferece na minha querida solidão (deserto) do Carmelo, é dada pelo Senhor a todos os baptizados».


Por esta razão, ela exerce esse apostolado da contemplação junto dos leigos, através das cartas que escreve desde o Carmelo.


Filiação divina adoptiva: Segundo Isabel, esta é a grande verdade que ilumina a vida de um "Louvor de Glória", para "encarnar", na sua pessoa, todas as perfeições divinas.
Isabel reconhece e recorda aos leigos, que essa dignidade procede da graça baptismal. Por exemplo, ela escreve a Françoise Sourdon: «O Baptismo fez-te filha de Deus»; ou à sua irmã Guida: «sim... já somos Suas pelo Baptismo... e fez-nos participantes da Natureza Divina, comunicando-nos, então, o princípio do seu Ser...» .

Na base de todo o "Louvor de Glória", está a vivência da filiação divina adoptiva, como uma necessidade imposta pelo Sacramento do Baptismo.

Incorporação a Cristo: Para ser um "Louvor de Glória", é necessário estar-se incorporado a Cristo. Esta incorporação realiza-se no homem através do Sacramento Baptismal.
Isabel expressa esta realidade com aqueles termos paulinos que se referem a esse momento inicial da vida cristã: "enxertados em Cristo","revestidos de Cristo", "vocacionados a ser imagem de Cristo".
Isabel da Trindade antecipa, com a sua espiritualidade baptismal, a doutrina que, neste sentido, o Concílio Vaticano II formula e concretiza numa normativa prática.

2 - Espiritualidade Trinitária

Sentimento mística da Presença Trinitária na alma.
Dá unidade.
É constante.
É garantia estimuladora.
É Fonte geradora de conhecimento contemplativo e Amor divino.

A vida espiritual de Isabel está polarizada pela inabitação Trinitária de Deus, na sua alma. Este acontecimento da existência cristã, que se realiza pelo Baptismo, constitui o núcleo histórico - espiritual da sua própria existência, vivido tanto desde a fé como desde a sua experiência mística.

Ela não pretende oferecer-nos uma doutrina teológica Trinitária, mas sim uma vivência pessoal do mistério Trinitário.

Mais ainda, ela apresenta-nos a vinda do Amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo sobre cada homem e mulher, e a resposta existencial de amor que ela própria deu a essa generosidade divina.

O seu nome carismático de "LOUVOR DE GLÓRIA DA TRINDADE" indica um modo concreto de viver o mistério Trinitário na existência cristã, porque esse nome exprime a história da transformação que Deus -Trindade realizou nela e a história da sua resposta de amor a este mesmo Deus -Trindade.

Na vida de Isabel, a TRINDADE é o ponto de arranque e a culminação da sua espiritualidade pessoal.

Como ponto de arranque da sua espiritualidade, a Trindade é, na jovem Carmelita Descalça, sentimento místico de uma Presença que a habita.
Assim:
Esse sentimento místico da Presença Trinitária na sua alma, dá unidade à sua existência, porque a Trindade é a razão justificativa da sua vida espiritual. Os acontecimentos externos apenas tocam a sua pessoa. Para Isabel, o importante é fazer a sua vida desde Deus e para Deus, viver em comunhão permanente com as Três Pessoas Divinas. O seu lema é: «Deus em mim e eu n'ELE»

Esta presença Trinitária é uma constante em toda a sua espiritualidade, principalmente desde os 18 anos, quando tem a experiência mística de uma oração contemplativa de recolhimento infuso e de união sobrenatural. Nesse momento, Isabel sente-se «possuída», «invadida», «habitada» por Deus. Esta presença de Deus, nela é incrementada com a vivência da doutrina teresiano-sanjoanista. O seu entusiasmo vibrante reflecte-se nestas suas expressões:
«Tudo é encantador no Carmelo. Encontra-se Deus por toda a parte...vivemo-LO, respiramo-LO..»
Isabel é a mulher da Presença de Deus.

Esta presença Trinitária que recebeu, é também garantia estimuladora da sua fidelidade à graça de intimidade divina. O que lhe é próprio é ser capacidade receptiva da acção criadora e santificadora de Deus, sem limitar a entrega infinita deste mesmo Deus a ela.

Finalmente, essa presença Trinitária nela é fonte geradora de conhecimento contemplativo e de amor divino, que se vão intensificando conforme a evolução progressiva da graça santificante, até chegar ao vértice da sua experiência mística.
A inabitação da Trindade influencia Isabel, no sentido de conferir a primazia à imanência de Deus sobre a sua transcendência divina. Da transcendência quase que não se ocupa, mas interessa-lhe de tal modo a imanência expressa em termos de «inabitação», que a considera o valor supremo do homem. Diz ela:

«A Trindade, eis aí a nossa morada, o nosso lar, a casa paterna de onde nunca devemos sair...»

É tão forte a atracção que a inabitação de Deus exerce na sua alma, que Isabel estrutura toda a sua vida em clave Trinitária. Esse projecto de vida realiza-se nela:
"entrando dentro de si mesma" para «viver no Seio da tranquila Trindade»
para conviver espiritualmente com a Trindade porque «Há um Ser que se chama Amor e que habita em nós a qualquer momento do dia e da noite e que nos pede que vivamos em sociedade com Ele»,
para participar da Koinonia Trinitária, pois «Deus permite-nos já neste mundo entrar na sua vida íntima» ,
e para iniciar já na terra a sua eternidade bem-aventurada porque «começamos assim, em certo sentido, a nossa eternidade, vivendo em sociedade com as Três divinas Pessoas".
A Trindade é também a meta do processo espiritual da Irmã Isabel, que se realiza nela sob o sinal de "Louvor de Gloria".

O sentimento místico da presença Trinitária obrigou Isabel a viver num estado permanente de Presença de Deus. Ainda mais, existiu - segundo ela - uma espécie de inabitação da sua alma em Deus, como resposta pessoal á inabitação Trinitária que experimentou.

Esta vivência constante da presença divina tem, em Isabel, uma finalidade determinada: - Cumprir a sua vocação de "Louvor de Glória da Trindade". É a plenitude da sua vida espiritual à qual chegou, dando uma resposta existencial ao convite de comunhão com Deus que recebeu.
Este convite tem:
Como ponto de partida, a "eleição divina" no sentido teológico universal de S. Paulo;
Como "processo lógico", a tarefa vital que consiste em permanecer na presença de Deus, como numa espécie de inabitação da alma, a fim de reflectir-se nela a imagem divina.
Em Isabel, a presença Trinitária não é uma realidade estática, mas dinâmica. Este dinamismo foi-a transformando, gradual e misticamente, ao modo de ser da Trindade, uma vez que entrou no círculo do Amor Trinitário. Teve inclusivamente manifestações místicas:
"feridas de amor" .

"sentimento da Presença da Trindade, celebrando na minha alma o Seu Conselho Divino".
Mas, para Isabel, esta união transformante não é desfruto gozoso da Trindade, no céu da sua alma. É, antes de mais, a criação, por obra do Espírito de Amor, de um novo modo de ser.
A sua alma é, a partir deste momento, um reflexo esplendoroso do Ser de Deus e das Suas Perfeições infinitas. Deus sente-se glorificado ao contemplar, na alma de Isabel, a reprodução exacta do Seu Ser e das Suas Perfeições divinas. Ficou transformada na imagem glorificante de Deus. Ela mesma exprime a sua nova forma de ser e de agir com estas palavras:
«A minha vida é um Céu onde canto a Glória do Eterno, somente a glória do Eterno...».
E segue dizendo: «A imagem de Deus impressa em nós está constituída pela Inteligência, a Memória e a Vontade». Isabel quer recuperar em si própria a imagem perfeita de Deus. É uma pretensão extraordinária que tem uma longa história de purificação pessoal. Mas somente assim é que as suas «potências» anímicas podem ser um reflexo do Ser divino e só desta forma Isabel pode ser um "Louvor da Sua Glória", porque elas são nitidamente a imagem criada da Trindade incriada.

Este é um horizonte de grandeza Trinitária que Isabel nos comunica emocionada com as seguintes palavras:
«A Santíssima Trindade criou-nos à sua imagem, segundo o exemplar eterno que possuía de nós no seu Seio, antes que o mundo existisse».
Ninguém como ela compreendeu tão profundamente o conteúdo desta realidade.
3 - Espiritualidade de Louvor de Glória
"Louvor de Glória" é o nome carismático de Isabel da Trindade. Nome que possui um conteúdo teológico e revela uma missão pessoal no mistério da Igreja. Ela mesma refere que é a «vocação eterna» à qual Deus a predestinou.
A descoberta do seu nome carismático é um facto histórico da sua vida pessoal, que se realiza provavelmente a finais do ano 1904. É uma data chave na história da sua existência. Uma das Irmãs da Comunidade - Ir. Amada de Jesus - comunica-lhe um dia esta frase de S. Paulo: «Deus predestinou-nos para sermos Seus filhos adoptivos (...) para o louvor da Sua Glória» (Ef.1, 5 -14).

Isabel tem, então, uma intuição luminosa. Descobriu o destino da sua vida. Encontrou o seu verdadeiro nome: «Laudem Gloriae». Desde esse momento tem consciência de ter sido escolhida por Deus para ser, no Carmelo, o "Louvor da Sua Glória".
É um nome com conteúdo teológico porque é o programa de vida teologal, que deve desenvolver todo o baptizado, durante a sua existência.
Isabel vem dizer-nos, com a sua experiência testemunhal, que a realização plena do dinamismo da graça baptismal, verificada desde Cristo dentro da economia da salvação, conduz o homem a uma transformação sobrenatural que é, em definitiva, glorificação de Deus.

É a sua missão pessoal no mistério da Igreja porque, dias antes da sua morte, Isabel anuncia a aquilo que espera desempenhar na Eternidade:
«Parece-me que a minha missão na eternidade consistirá em atrair as pessoas ao recolhimento interior, ajudando-as a sair de si mesmas para unir-se a Deus, através de um movimento muito simples e amoroso. Procurarei mantê-las nesse profundo silêncio interior, que permite a Deus imprimir-se nelas e transforma-las n'Ele».

Nisto consiste, precisamente, ser "Louvor de Glória". Esta é a grande oferta espiritual que Isabel faz a todos os baptizados em Cristo. Essa oferta não é uma utopia cristã. Leva a marca e a etiqueta da sua experiência pessoal como garantia do seu realismo concreto.
Ser "Louvor de Glória" é possuir um tal grau de pureza espiritual, que Deus possa reflectir nela todo o Seu Ser e todas as Suas Perfeições divinas. A alma fica, então, constituída em imagem perfeita de Deus. Transformada pela participação plena da vida comunitária da Trindade, é pura transparência divina e Deus é glorificado ao vê-la assim, como um reflexo da Sua própria imagem.

4 - Espiritualidade Cristocêntrica
Presença de Cristo
Ontológica
Dinâmica
O Cristocentrismo de Isabel é uma realidade existencial que possui uma razão justificativa e um modo concreto de ser vivido.

Realidade existencial: Se a Trindade é o vértice da espiritualidade de Isabel, Cristo é o Caminho que conduz a essa meta. Ela expressa-o com estas palavras: «Se a Trindade é o termo, Cristo segue sendo o Caminho». Desde esse momento, Cristo é o protagonista vivente e operante do processo de espiritualização Trinitária de Isabel, porque, centrada n'Ele, chega à união transformante nas divinas Pessoas. Uma vez mais o cristocentrismo desemboca no teocentrismo, em Deus - Trindade. O seu cristocentrismo não é uma doutrina especulativa, é fundamentalmente vivência, porque se exprime em conteúdos de vida. É cristificação.
A razão justificativa do cristocentrismo de Isabel encontra-se na forma nova que ela tem de contemplar Cristo. Neste sentido, a sua cristologia - ou melhor a sua óptica cristológica - é absolutamente original. Cristo é, para ela, o primeiro "LOUVOR DE GLORIA". Daí que, todo o seu processo de transformação espiritual em "Louvor de Glória", tem de ser um processo de cristificação porque, identificando-se com Cristo, realiza-se como "Louvor de Glória" cumprindo, assim, a sua missão carismática na Igreja.
Isabel da Trindade realiza esse processo concreto de cristificação seguindo a doutrina luminosa do apóstolo S. Paulo. Ela faz «seus» os textos paulinos que se referem à predestinação universal do cristão, dentro da economia da salvação:

«Porque os que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho» (Rm 8,29) e «N'Ele é que fomos escolhidos, predestinados, conforme o desígnio d'Aquele que tudo opera segundo a decisão da Sua Vontade (...) para ser o louvor da Sua glória)» (Ef. 1, 11-14)
Conjugando harmonicamente estes dois textos, Isabel descobriu o seu nome carismático de "Louvor de Glória" e compreendeu que, para realizar essa missão pessoal dentro do mistério salvífico da Igreja, tem de "reproduzir" na sua pessoa a imagem de Cristo, que é o primeiro "Louvor de Glória".

A presença de Cristo na Irmã Isabel da Trindade é uma presença:
Ontológica, i.e., real e vital. É uma presença que se realiza no seu «eu» pessoal. Ela expressa-o em termos paulinos: «O meu viver é Cristo» (Fl.1,21) «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gl 2,20). Isabel manifesta este processo ontológico de cristificação, verificado nela, com uma expressão original. Dizia ela: «Estou passada para a Alma do meu Cristo».
Para atingir esta cristificação, Isabel impôs-se o programa de vida cristológico que lhe oferece S. Paulo: «Tendo, pois, recebido o conhecimento do Senhor Jesus Cristo, guiai-vos por Ele, enraizados e edificados n'Ele, tornando-vos firmes na fé, dando continuamente acções de graças» (Col. 26-7) .
Dinâmica, enquanto se manifesta através das suas acções pessoais. O Cristo de Isabel da Trindade não é Alguém que interpela desde o exterior, desde fora, mas Alguém que está no seu interior vivificando-a, santificando-a. A jovem Carmelita de Dijon quer agir somente desde Ele, n'Ele e com Ele. É a teoria da cristificação desde dentro. Por isso, num arranque genial, Isabel pede para «ser uma humanidade de acréscimo» de Cristo, para que realize nela a Sua obra de redenção e salvação. E, num momento de "exaltação" cristológica, invoca o Espírito Santo para que realize na sua alma «como que uma encarnação do Verbo».
Isabel da Trindade aponta já para a cristificação martirial que espera e à qual está vocacionada, devido a esta identificação com Cristo. O seu anseio pessoal é configurar-se a esse Cristo pascal, que passou pela morte, para poder seguir projectando sobre o mundo o Seu dinamismo salvífico, para ser nesse momento, o "Louvor de Glória", pois o Pai, ao contemplá-la na sua situação existencial, terá também de dizer: «Esta é a minha filha muito amada, em quem coloquei as minhas complacências».

O Cristo com quem se identificou Isabel da Trindade é o Cristo de S. Paulo, a Quem ela chama «O Crucificado por Amor».

5- Espiritualidade em linha de Amor esponsal

A espiritualidade na linha de amor esponsal de Isabel, está intimamente relacionada com a sua vivência cristológica. O seu amor esponsal com Cristo é uma constante nos seus escritos enquanto são a sua autobiografia e enquanto exprimem o que deve ser um "Louvor de Glória".

O conceito exacto de amor esponsal em Isabel, implica uma oferta de amor nupcial por parte de Deus, manifestada em Cristo, e uma resposta de amor nessa mesma linha por parte da Irmã Isabel.

Ela responsabiliza-se explicitamente por essa oferta de amor que Deus lhe faz aos 14 anos, quando faz o voto privado de virgindade. Desde esse momento, toda a afectividade feminina de Isabel Catez se centra exclusivamente em Cristo. Quando, aos 18 anos rejeita a proposta matrimonial que lhe oferece a sua mãe com um médico jovem, escreve no seu diário:

«O meu coração não está livre. Entreguei-o ao Rei dos Reis. Já não posso dispor dele.»

Isabel, já nessa época, entendia o amor esponsal em sentido teológico e não como uma sublimação do amor feminino. O seu amor esponsal é vivência de uma realidade sobrenatural que foi expressa em categorias de Revelação e que ela vive como experiência pessoal ao nível da fé.

A sua vocação ao Carmelo é o modo concreto que Isabel Catez escolhe para tornar realidade as suas vibrações afectivas por Cristo. A sua Profissão Religiosa é o cume da sua história de amor esponsal, vivido apaixonadamente. Isabel contempla emocionada a sua Profissão Religiosa por ser a hora definitiva do seu desposório com Cristo e por ser o reconhecimento oficial por parte da Igreja do seu estado de esposa de Cristo.

Desde esse momento, ela estrutura a sua vida de consagrada em clave de amor esponsal. Quando descobre, mais tarde, a sua vocação carismática, dará a esse amor uma dimensão de "Louvor de Glória". As ideias de conteúdo esponsal, como sejam: amor, entrega, imolação, fidelidade, sacrifício, disponibilidade, unidade indissolúvel, intimidade afectiva, iluminam as páginas dos seus escrito e exprimem a realidade existencial da sua vocação de esposa.

Ela viveu essa espiritualidade esponsal, tanto na hora do sofrimento como da alegria.

6- Espiritualidade Mariana

Quando se fala da Virgem Maria, corre-se o risco de sacralizá-la demasiado, exaltando os seus privilégios e pondo a tónica naquilo que é excepcional, diminuindo o valor da sua capacidade receptiva desses dons, da sua responsabilidade e colaboração pessoal, daquilo que tem de comum connosco.

Isabel soube evitar esse risco, harmonizando na sua vida e na sua doutrina estes dois atributos de Maria: «Virgem e Fiel».
A jovem Carmelita de Dijon é uma enamorada da «Virgem fiel», de Maria como criatura privilegiada de Deus mas que corresponde plenamente a essa abundância de graças divinas, uma Virgem que é fiel à Palavra de Deus e dócil ao Espírito Santo.

Em Isabel, existe uma descoberta progressiva de Maria. Essa progressividade depende da evolução que nela têm o mistério da graça, o mistério de Cristo e o mistério Trinitário.

A espiritualidade Trinitária de Isabel contém, pois, uma dimensão mariana. É uma espiritualidade que contempla Maria como modelo da nossa configuração com Cristo e como um autêntico "Louvor de Glória". Maria orienta as almas par essa configuração, porque Ela é pura transparência de Cristo.
A Virgem da vida interior
Maria é um "Louvor de Glória" porque é a Virgem da Encarnação. Esta é a grande descoberta de Isabel. A Virgem da Encarnação é o modelo das almas interiores pela sua vida de recolhimento, pela sua intimidade divina, por ser a Virgem adorante da Palavra de Deus, feita humana na Sua própria carne.
Para um "Louvor de Glória", a vida interior em clave Trinitária é "olhar contemplativo e adoração silenciosa" da Trindade, presente na alma. Isabel coloca-se na linha evangélica de S. Lucas e apresenta-nos a vivência da Virgem Maria em 3 etapas:
Descobre em primeiro lugar a realidade da vida interior de Maria, através destas palavras: «Maria conservava todas estas coisas no seu coração» (Lc. 2,51). A Virgem do Evangelho, para Isabel, não é uma mulher superficial, de portas escancaradas para o exterior. É uma mulher reflexiva, interiorizante, na atitude de escuta da Palavra e dos acontecimentos de Deus, vivendo tudo na intimidade divina.
A Carmelita de Dijon, numa segunda etapa, apresenta Maria como paradigma das almas interiores, «desses seres que Deus escolheu para viver dentro de si mesmos, no fundo do abismo sem fundo»
Por último, apresenta Maria na circunstância concreta da Encarnação do Verbo, como sendo a Virgem contemplante e adorante, «como a adoradora do dom de Deus em todos os seus actos», que contempla a Trindade através do Verbo e acolhe essa Trindade. É a atitude vivente de um "Louvor de Glória". Maria, Mãe espiritual do homem, Mãe da graça, comunica-nos a vida espiritual tal como ela mesma vive, i.e., em «sociedade» com os Três através de Cristo. Por isso, Isabel diz à Madre Germana: «...que Maria a revista de Jesus Cristo, para que possa andar n'Ele, já que é caminho real e luminoso, para que esteja arraigada n'Ele na profundidade do abismo com o Pai e o Espírito de Amor».

A atitude da Virgem da Encarnação, na profundidade de si mesma, é uma atitude de pura adoração. Isabel recorda-o à sua própria irmã, que está prestes a ser mãe: «Pensa no que passaria na alma de Maria Virgem, quando, depois da Encarnação, possuía o Verbo de Deus, Aquele que é o Dom de Deus. Em que silêncio, em que adoração e recolhimento se submergiria dentro da sua alma, para apertar carinhosamente Aquele Deus de quem Ela era Mãe!...»
Esta é a atitude que Isabel quer adoptar, não para permanecer estática na contemplação da beleza divina, mas para realizar o conteúdo do seu nome carismático de "Louvor de Glória" desaparecendo na Trindade. Escreve ela: «Quisera responder a esse chamamento passando pela terra como a Virgem Maria, conservando todas essas coisas no meu coração, sepultando-me, por assim dizer, no fundo da minha alma, para desaparecer na Trindade que ali mora e transformar-me n'Ela...»
Isabel contempla a Virgem da Encarnação como protótipo de uma alma Trinitária, porque está invadida pelos Três e porque é uma mulher dimensionada totalmente pela Trindade. É toda a Trindade que entra em acção nesse acontecimento, o mais importante para Maria e para a história. Ela, iluminada pelo Espírito Santo, levando o Filho de Deus no Seu Seio materno, é a Filha predilecta do Pai.
A descrição desse momento excepcional e privilegiado de Maria encontra-se na pequena obra de Isabel «O Céu na Terra». É uma das páginas mais belas que escreveu Isabel. Esta descoberta da Virgem da Encarnação impactou de tal modo esta jovem Carmelita, que só aspirava a viver ao estilo d'Ela, sendo «invadida» pelos Três e adorando na Virgem Maria a Santíssima Trindade. Escreveu ela ao Seminarista Chevignard: «Estarei unida a si na alma da Virgem. Adoremos nela a Santíssima Trindade...»

7- Espiritualidade de Interiorização

O silêncio interior
a unidade do ser espiritual
a solidão do espírito
vida de oração

A interiorização é a nota característica da vida e da espiritualidade desta Carmelita tão jovem ainda. É o seu carisma pessoal, o carisma que a define e a distingue de outras pessoas.

A sua espiritualidade de interiorização tem uma base humana e uma exigência teológica. Uma base humana porque Isabel da Trindade é uma mulher psiquicamente dotada para a concentração e a reflexão. A sua natural introversão psíquica transforma-se em interioridade sobrenatural.

Esta espiritualidade de interiorização é uma exigência teológica porque é a vivência da inabitação divina na alma. Para Isabel, viver espiritualmente é conviver com os Três.

Esta espiritualidade é, para Isabel, um entrar dentro de si para alcançar a sua libertação total e procurar, fundamentada na fé, uma "saída de Deus para Deus" pelo amor.

É um movimento interior que supera a ordem psíquica, e estabelece-a na ordem teologal e condu-la a uma experiência radical de Deus. A sua interioridade é uma interioridade de plenitude. Esta espiritualidade de interiorização, em Isabel, tem umas dimensões concretas e bem definidas:

O silêncio interior: Este silêncio é a atmosfera vital indispensável para o desenvolvimento da espiritualidade Trinitária de Isabel. O seu fundamento e justificação é a percepção de Deus presente e operante na sua alma, que compromete toda a sua pessoa, exigindo-lhe uma entrega total e incondicional, porque o Absoluto tem que ser buscado e amado absolutamente.
O Silêncio interior é, na espiritualidade dela e em sentido positivo, o estado de alma posta exclusivamente ao serviço de Deus, conseguido pelo controlo absoluto do dinamismo psíquico. Não é bloqueio das faculdades anímicas do homem. É libertação do espírito que, imerso nas coisas materiais, vive em constante atitude teologal. Isabel faz a seguinte afirmação que indica a altura espiritual a que chegou a sua alma: «Uma alma sobrenatural não trata nunca com as causas segundas, mas somente com Deus».

Este silêncio interior, na vida de Isabel, apresenta dois aspectos diferentes:
O silêncio activo
O silêncio passivo
O activo é o processo purificativo que Isabel realiza na sua pessoa. É uma conquista conseguida por ela à base de esforço, luta e sacrifícios pessoais. É um processo radical e totalizante que ela realiza na sua vida de forma absoluta e incondicional. Escreve à sua mãe:
«O Carmelo é como o Céu. Há que abandonar absolutamente tudo, para possuir Aquele que é Tudo...».

Isabel exprime este processo purificador através do simbolismo da «morte mística» que tem tanta ressonância paulina, e concretiza-o vitalmente neste lema espiritual: «Morre em mim, para que eu viva em ti». A sua espiritualidade ascética tem, nesta fase da sua vida, uma entoação predominantemente teocêntrica. É o seu mundo espiritual onde ela realiza a sua intimidade com Deus. Na sua época convergente de "Louvor de Glória", a sua espiritualidade ascética é predominantemente cristocêntrica, profundamente mariana e essencialmente Trinitária.

Isabel aplica este processo purificador primeiramente à sua vida sensitiva, preferentemente à sua sensibilidade feminina. Deste modo, evita o risco de cair no sentimentalismo religioso e supera a sua possível idealização religiosa.

Desde o primeiro momento, surpreende a todos pelo seu recolhimento exterior. No parecer de algumas Irmãs da Comunidade, é demasiado sublime para durar muito tempo. Contudo, era a revelação externa da densidade espiritual da sua vida interior.

O silêncio interior que diz respeito à alma, é reorganização teologal da inteligência e da vontade de Isabel. Aqui entra em jogo o dinamismo da fé, dessa fé que é compromisso da pessoa integral e que, por isso, é a virtude chave da sua vida espiritual, que dá garantia à sua experiência de Deus.

1 - Silêncio da Inteligência: A atitude vital de fé de Isabel impõe silêncio interior na sua inteligência, para dar-lhe uma dimensão teológica. Deus está por cima dos nossos conceitos humanos. Por isso, ela realiza o vazio desses conceitos intelectuais na sua inteligência «apagando todas as luzes que não venham de Deus».

Isabel foi tão radical neste ascetismo do silêncio interior que pronunciou, no cume do seu itinerário místico, uma palavra reveladora da profundidade do seu processo purificador: "«Nescivi», já não soube mais". É a doutrina do
«não saber nada» de S. João da Cruz, vivida radicalmente. É a sua etapa suprema do seu caminhar na «noite».

«É a imersão absoluta na treva sagrada», como afirma ela. Mas é, ao mesmo tempo, a abertura completa do seu entendimento ao mundo do sobrenatural para ser iluminado por Deus.

2 - Silencio da Vontade: Este silêncio conduz Isabel a desentender-se das suas inclinações por meio de um movimento com duplo ritmo:
esvaziar-se do amor a si mesma.
encher-se do Amor de Deus.
Inclusivamente, é também renúncia às satisfações divinas que a sua alma pode receber de Deus, para poder estabelecer-se no amor puro, que tem tanto conteúdo doutrinal de S. João da Cruz, seu pai e mestre no Carmelo Descalço.
Diz ela:
«Que importa à alma que vive absorta nestas luminosas verdades sentir ou não sentir, permanecer na luz ou nas trevas, gozar ou não gozar?».

Esta teologização da sua vontade não diminui a densidade afectiva do seu coração, nem limita a dimensão do seu amor humano. Antes, intensifica-o e sobrenaturaliza-o. Mais ainda, cristifica-o. O que mudou é o modo de aproximar-se deles.

Desde o Carmelo, o seu amor adquire vibrações novas. Ela repete frequentemente nas suas cartas esta frase: «Amo-vos com o mesmo amor de Cristo».

O silêncio passivo é a Noite escura passiva, a acção purificante de Deus que Isabel sofre para complementar e aperfeiçoar o silêncio interior das suas faculdades anímicas. Essa Noite escura passiva chega a ser tão densa que Isabel oferece-nos este testemunho pessoal: «Ele cava profundos abismos na minha alma, que só Ele pode encher....». Mas, em contrapartida, ela tem a experiência do silêncio místico, que é uma imersão da sua alma no silêncio divino, como passo prévio para ser "Louvor de Glória".

Em Isabel, o silêncio interior tem uma finalidade concreta: ser "Louvor de Glória", enquanto reproduz nela o silêncio eterno de Deus. Deus é comunidade; como se entende, então, o silêncio eterno de Deus? O silêncio Divino é a comunicação interpessoal silenciosa do seu Ser. É este silêncio que Isabel quer reproduzir na sua alma como comunicação interpessoal entre os Três e ela. Desta maneira, o seu silêncio interior é homenagem, louvor de glória de todo o seu ser a Deus.

A unidade do ser espiritual: A ascese do silêncio interior é criadora da unidade do ser espiritual de Isabel. Ela consegue essa unidade fundamentada na experiência de uma Presença na alma, que a arrasta e seduz. O mistério dessa Presença simplifica os conteúdos da sua alma e cria a unidade do seu ser espiritual. Sem esta unidade do ser espiritual surge a desordem e a dispersão. Diz ela : «a alma é uma dissonância» que bloqueia a eficácia espiritual da pessoa.
A unidade do ser espiritual tem, na vida e na sua espiritualidade, uma perspectiva de "Louvor de Glória". E será esse "Louvor de Glória", na medida em que é o reflexo da unidade do Ser de Deus. É uma tarefa que ela mesma se impôs, pois, como ela disse: «a Unidade é o trono da Trindade»

Sem este reflexo da unidade divina, o «seu» "Louvor de Glória" é uma sinfonia incompleta.

Certamente influenciada pela doutrina de S. João da Cruz, descobre que a beleza e a formosura constituem a essência de Deus e que essa beleza surge da unidade harmónica do Ser Divino. Por isso, a jovem Carmelita de Dijon, como "Louvor de Glória", sente o desejo apaixonado de reproduzir na sua alma, pela unidade do ser espiritual, a beleza infinita de Deus. É um entusiasmo pessoal que descreve com estas palavras:

«...quando a alma conseguiu esta ruptura e se encontra livre de tudo, o "Rei fica prendado da sua formosura" porque a beleza é a unidade. Pelo menos é assim a Beleza de Deus".

A unidade do ser espiritual estabeleceu a Irmã Isabel da Trindade na "imutabilidade". A sua alma encontra-se por cima de tudo quanto possa alterar o seu espírito. Conseguiu desse modo o desejo que ela havia manifestado na sua «Elevação à Trindade»: «Que nada possa perturbar a minha paz nem fazer-me sair de Vós, ó meu Imutável...»

Essa imutabilidade espiritual da sua pessoa é "Louvor de Glória", enquanto reflecte a imutabilidade divina. Por isso ela diz: «A alma, assim simplificada e unificada, converte-se no trono da Trindade»

A unidade espiritual e a imutabilidade são duas modalidades da alma de Isabel da Trindade, que têm a força do testemunho de uma realidade vivida.

A solidão do espírito: O silêncio interior e a unidade do ser espiritual criam a solidão do espírito. A solidão, tanto na sua dimensão externa ou espacial como na sua dimensão interior, constituem o clima ambiental da espiritualidade de Isabel, centrada sempre na presença de Deus na sua alma.
A solidão exterior está em função da solidão interior desta Carmelita de Dijon. Ela vive-a no Carmelo, mas palpa-a de um modo quase emocionante na sua cela, onde Teresa de Jesus (Ávila) condensou o espírito de deserto (eremítico) da Ordem do Carmelo.

Poucas almas carmelitanas vibraram tão intensamente e cantaram com tanta alegria a solidão da sua cela, como Isabel da Trindade. Ela chama-lhe «o meu paraíso», «o meu santuário interior», a minha «felicidade», a habitação privada «só para Ele e para mim», para viver «num diálogo doce e cordial com ELE».

Mas o que interessa e preocupa verdadeiramente Isabel é a sua solidão interior, é a descida «ao abismo interior da solidão do meu espírito», como ela diz .

Trata-se de um processo de ascese espiritual, que dá à sua alma profundidade e altura. Profundidade, porque é vazio absoluto; e altura, porque é transcendência do seu ser e do seu agir.

Isabel vive esta solidão à luz de um "Louvor de Glória" porque tem que ser o reflexo da solidão infinita de Deus. Ela entende a solidão de Deus como transcendência divina. A solidão divina é a Sua divindade. Nunca sai dela, mesmo interessando-se pelas suas criaturas.

Isabel quer elevar-se acima de todo o criado, transcender o processo operativo das suas faculdades, viver em pura desnudez de espírito, para encontrar-se no cume do seu itinerário místico: «Só com Ele somente».

Esta atitude existencial é uma exigência da sua vocação carismática, expressa com estas palavras:

«O meu Mestre exige-me imitar essa perfeição, render-LHE homenagem, sendo uma alma solitária».

É uma resposta de fidelidade absoluta a Deus, que ela concretiza neste testemunho pessoal: «Se soubesse o que Deus me exige?! ...Apesar de ocultar-se tanto, não me permite um olhar sequer fora d'Ele...».

A sua solidão interior não é individualismo. É a circunstância espiritual da sua alma para uma companhia divina. É solidão exclusiva entre dois, entre a alma e Deus. É o cara a cara no amor comunicativo. Com razão ela dizia:

«Reina no meu interior, onde Ele mora, uma tal solidão que ninguém ma pode tirar».

Aquela atitude de admiração de Isabel ante a «Solidão infinita» (= «Transcendência divina») de Deus, manifestada na sua «Elevação à Trindade», fez-se realidade concreta na sua alma transformada em "Louvor de Glória".

Vida de Oração: Em Isabel, a oração é o elemento integrador da sua espiritualidade. É impossível compreendê-la sem a oração. É a razão da sua vida espiritual. Ela não apresenta certamente uma doutrina sistemática sobre a oração e também não pretendeu tal coisa. O próprio dela é vivê-la. Neste sentido é um testemunho privilegiado de uma alma orante.

Isabel descobre em Teresa de Jesus - a fundadora do Carmelo - o carácter intimista e afectivo da oração. Desde esse momento a sua oração é uma história de amizade porque é vida afectiva com os Três.

Isabel Catez, antes de entrar no Carmelo, verte totalmente em Deus a sua fascinante afectividade sobrenaturalizada e as suas elevações afectivas têm a mesma grandeza e sublimidade que as clássicas exclamações da Fundadora do Carmelo.

Existem, em Isabel, momentos fortes de oração, mas a sua oração não se reduz a um tempo determinado e exclusivo da sua jornada diária. É uma atitude existencial porque fez da sua vida uma oração permanente. É uma constante na vida carmelitana.

Isabel, através das suas cartas, transmite o clima de oração em que se vive no Carmelo: «Aqui, orar é respirar» diz ela; e também «O espírito de oração constitui a essência do Carmelo».

A oração existencial também é uma constante em Isabel e manifesta-se:
Como um «desejo» que ela expressa por estas palavras: «Que a minha vida seja uma oração constante. Que nada, nada, possa distrair-me de Ti, nem as minhas ocupações, nem as minhas alegrias e sofrimentos. Que viva abismada em Ti...».
Como uma «realidade permanente»: Isabel é uma oração ininterrupta, motivada pela convicção, pelo sentimento da inabitação Trinitária na alma e pela sua entrega total e exclusiva ao Amor excessivo de Deus. Deus e Isabel são dois amores excessivos que se encontraram na vida para não se separarem mais.
Na oração desta jovem Carmelita, Deus manifesta-se, às vezes, como plenitude do ser, como realidade absoluta. Na sua alma orante aparece, então, um estado emocional a que ela mesma chama «desfalecimento». Surge então o conhecimento da sua dependência radical de Deus, da sua finitude como criatura que é, da sua limitação pessoal e define a oração como «a união daquela que não é com Aquele que é».

Na última etapa da sua vida, a sua oração foi uma oração própria de um "Louvor de Glória" colocada ante a transcendência e imanência de Deus.

Frente à transcendência de Deus, a sua oração é adoração e acção de graças. Segundo ela, a adoração é «o êxtase do amor, um amor admirado pela formosura, pela fortaleza, pela imensa grandeza de Deus».
Frente á Imanência de Deus, a sua oração é uma história de amor filial, porque é o reconhecimento excessivo de um Deus que, buscando a proximidade do homem, nos fez seus filhos.
Esta é a mensagem de oração que Isabel da Trindade, alma contemplativa, oferece aos homens.

Existem outras leituras dos escritos de Isabel da Trindade, que oferecem novos horizontes da sua vida e da sua mensagem espiritual:
Leitura em clave escatológica: Isabel aparece vivendo o «já, mas ainda não». A sua existência é tensão por viver plenamente no «céu da sua alma», ao estilo dos bem-aventurados no «céu da Glória». A sua tensão escatológica é mais intensa nos últimos meses da sua vida humana, quando, imersa na luz da Jerusalém celeste, se encontra na fronteira com a eternidade. Este sentido escatológico da sua existência está plasmado principalmente no seu tratado doutrinal (
«Ultimo Retiro de Laudem Gloriae»)
Leitura em clave Eclesial: Isabel tem consciência de que a sua vida é um serviço à Igreja pela oração e pelo sofrimento. Ela vive as alegrias e as tristezas dos homens e mulheres do seu tempo. Identificada com Cristo, torna-se totalmente «Igreja». A sua dimensão eclesial mede-se pela sua fidelidade a Cristo. A sua existência tem um aspecto "co-redentor", quando pede para ser uma «humanidade de acréscimo» de Cristo, pela qual Ele possa ser verdadeiramente Adorador, Reparador e Salvador.
Ela pede: «Ó Amor, Amor! ... esgota toda a minha substância pela Tua glória ... que se destile gota a gota pela Tua Igreja...».

Isabel ensina-nos um modo novo de «ser Igreja» na Igreja, através da sua vocação carismática de "Louvor de Glória". Ela supera a dicotomia "contemplação-acção", fazendo da sua vida contemplativa uma projecção apostólica.

Leitura em clave bíblica da Palavra: Esta Palavra revelada é garantia da sua experiência religiosa pessoal, como fonte geradora do seu dinamismo sobrenatural.
Leitura em clave carmelitana como pano de fundo das suas vivências espirituais, da sua doutrina e do seu caminho novo de "Louvor de Glória" no mistério da Igreja. Isabel da Trindade é, em definitiva, uma glória do Carmelo que revela a perene fecundidade da sua vida.

Tb aconselho


a obra da carmelita Beata Isabel da SS Trindade,uma experiência intensa do Deus Uno e Trino

Seguem alguns pensamentos dela:


Entra nesse pequeno reino de tua alma e adora a esse grande Senhor que nele mora como em seu próprio palácio. Te ama tanto!
Visto que é o amor que une a alma a Deus, quanto mais intenso é o amor,mais ela entra profundamente em Deus e concentra-se nele.

Acreditar que um Ser, chamado Amor, habite em nós a qualquer momento do dia e da noite e que nos pede que vivamos em comunhão com Ele. Eis o que transformou a minha vida num céu antecipado
Podemos rezar ao bom Deus, trabalhando: basta pensar nele. Então tudo se torna doce e fácil, porque não estamos agindo sozinhos, mas Jesus está agindo conosco.


'Pelo batismo, diz São Paulo, fomos enxertados em Jesus Cristo'. E ainda:'Deus nos fez assentar nos céus, em Cristo Jesus, a fim de nos mostrar nos tempos vindouros a extraordinária riqueza da sua graça'. E mais adiante:'Não sois mais hospedes nem estrangeiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus'. A Trindade, eis nossa morada, nosso lar, a casa paterna donde jamais devemos sair. O Mestre isse um dia: 'O escravo não permanece sempre na casa, mas o filho aí permanece para sempre' .

Pai, aqueles que me destes, quero que, onde eu estou, também eles estejam comigo, para que contemplem minha glória, que me destes, por que me amaste antes da criação do mundo'. Eis a última vontade de Cristo, sua prece suprema antes de voltar ao Pai. Ele quer que, onde estiver, estejamos também nós, não só durante a eternidade, mas desde esta vida, que é a eternidade começada e sempre em progresso.
Cumpre, pois, saibamos onde devemos viver com Ele para realizarmos seu sonho divino. 'O lugar onde está escondido o Filho de Deus é o seio do Pai (Jo 1,18), que é a essência divina, a qual está alheia a todo mortal e escondida a todo humano entendimento. Por este motivo, Isaías, falando de Deus, exclamou: 'Verdadeiramente tu és um Deus escondido' (Is 45,15). Portanto, sua vontade é que estejamos fixos nele, que fiquemos onde estiver, na unidade do amor, que sejamos, por assim dizer, sua própria sombra.


sábado, 17 de maio de 2008

Triângulo de Amor, A Familia Divina


DOMINGO VII DO TEMPO COMUM

SANTÍSSIMA TRINDADE – SOLENIDADE
Branco – Ofício da solenidade. Te Deum.
 Missa própria, Glória, Credo, pf. próprio.

L 1 Ex 34, 4b-6. 8-9; Sal Dan 3, 52.53-54.55acd-56
L 2 2 Cor 13, 11-13
Ev Jo 3, 16-18

* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Na Diocese de Coimbra – Ofertório para a Igreja Diocesana.
* II Vésperas da solenidade – Compl. dep. II Vésp. dom.

Em Portugal, na próxima quinta-feira ocorre a solenidade do SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO. É dia santificado e feriado nacional.

Neste Domingo somos convidados a sondar um pouco a verdeira face de Deus, um Deus que se apresentou a Moisés não como um Deus poderoso, juiz sempre pronto a condenar-nos pelas nossas faltas mas sim um Deus compassivo: "O Senhor passou diante de Moisés e proclamou: "O Senhor, o Senhor é um Deus clemente e compassivo, sem pressa para Se indignar e cheio de misericórdia e fidelidade» (Ex 34, 4b-6). Somos assim convidados a reconhecer o grande dom de Deus, um dom que assenta num imenso amor e sensibilidade pelo que é um Deus que compreende o homem, as suas amarguras, as suas dores, os seus enganos e as suas tentativas falhadas da busaca da verdade e um Deus que no seu infinito amor quer conduzir o homem à salvação.

Assim reconhecemos um Deus sempre pronto a renovar a sua aliança com os homens, sempre pronto a perdoar as nossa quedas para nos guiar para uma vida em pleinitude, é no contexto de promover alianças com os homens que Jesus, seu Filho veio ao mundo, a sua vinda é mais um passo de Deus para guiar os homens ao seu amor. Jesus foi o grande revelador do Pai e do seu projecto para a humanidade, tudo recebeu do Pai e tudo nos quer ofertar, nada quer para Ele e tudo nos dá para nossa divinização e salvação. Jesus é a graça doada pelo pai cuja essência é amor e que se revela em nós pela comunhão do Espiríto Santo: "A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus
e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco."2 Cor 13,13.

É neste mistério profundo de um Deus em três pessoas que mais nos é revelado o plano do Pai para a humanidade, Deus quer que os seus filhos vivam numa comunhão perfeita e o maior exemplo dessa comunhão é a própria relação entre as três pessoas da Santissima Trindade. Sondando ao de leve este mistério, podemos apercebermo-nos da perfeição da ligação destas três pessoas, uma ligação que não quer ficar neste triangulo mas que quer, pela acção do Espiríto Santo transbordar para a humanidade. A própria vida e o universo são o santuário onde as três pessoas Santas se fazem presentes, onde se entregam totalmente numa comunhão perfeita, uma comunhão que nos é apontada como a verdadeira felicidade, uma comunhão na qual somos convidados a participar.

No evangelho somos confrontados com uma realidade dura, é que o grande amor revelado na Trindade, por si só não basta para que nos salvemos, Deus deixa-nos livres para que nós façamos parte desta comunhão ou não, a escolha é nossa. É certo que a própria dinâmica da vida vai conduzindo o Homem a esta perfeita comunhão Trinitária e que cada individuo mais tarde ou mais cedo reconhecerá o grande amor desta Santa Ligação na qual é convidado a participar mas a ultima palavra será sempre de cada homem.

EVANGELHO – Jo 3,16-18

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo,
disse Jesus a Nicodemos:
«Deus amou tanto o mundo
que entregou o seu Filho Unigénito,
para que todo o homem que acredita n’Ele
não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo
para condenar o mundo,
mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem acredita n’Ele não é condenado,
mas quem não acredita n’Ele já está condenado,
porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus».

ACONSELHO VIVAMENTE A LEITURA DO LIVRO: "Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" de Maria de la Trindad. Edições Paulus

sexta-feira, 16 de maio de 2008

:)

Blog destinado a comentários à liturgia de cada Domingo...